Sobre almas e sincronias

Li uma vez que durante o processo da criação, não éramos dois, mas sim Um. Hermafrodita. Um ser completo e autossuficiente. Então não procriávamos. Logo, a força divina, responsável por nós e a quem respondemos, dividiu este ser em dois. Nos fez homem e mulher. Almas divididas a procurar incessantemente por um momento de plenitude. Onde só podiam ser completos novamente quando estavam juntos, quando se amavam. Algo romantizado sobre o princípio da vida na Terra.

Não consigo acreditar em almas gêmeas ou pares feitos um para o outro. Primeiro porque sempre achei o raciocínio falho e segundo, porque nunca me senti incompleta ou a metade de alguém. Como pode ser certo que toda a nossa satisfação ou felicidade esteja destinada a uma única e exclusiva pessoa? Uma “eleita” para dividir todos os nossos dias?

Sempre pensei em auras que combinam. Seres que se encaixam. Acredito que amamos muito mais que uma vez na vida, sem nunca negar ou desrespeitar o amor antigo com a existência de um sentimento novo…

É mais belo crer em pessoas que nos fazem sorrir, várias delas! E que nos fazem sentir de maneiras incríveis e diferentes. Em amores altruístas e sem sombras de egoísmo. Sempre prontos a recomeçar.

E isso nada tem a ver com romances idealizados e almas partidas ao meio. O que as vezes, também me deixa um pouco perdida. Até porque, de todas estas minhas crenças, ainda hoje, eu acredito no que Nós éramos.

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